O fundador da Escola Doméstica foi o poeta
Henrique Castriciano, criador da Liga de Ensino do Rio Grande do Norte, em 1º
de setembro de 1914. Para ele, as mulheres tinham importante papel na
sociedade. Como na época predominavam as escolas religiosas, o poeta inovou,
adotando o modelo da educação doméstica que conheceu na Suíça. As primeiras
professoras da ED foram europeias, sendo depois substituídas pelas brasileiras
Inicialmente, em 1914, e ficando quase meio
século, a Escola Doméstica de Natal funcionou na Ribeira, no bonito prédio de
estilo neoclássico, projetado pelo Dr. João Thomé Saboya. Na época, a Ribeira
era o principal bairro de Natal, onde se concentravam o comércio, as atividades
culturais e sociais, sendo, também, área residencial importante. A Escola era,
por muitos motivos, o orgulho da Ribeira. Era, como ainda hoje é, a sala de
visita da cidade de Natal.
Há pouco tempo na Direção da Escola Doméstica,
Noilde Ramalho percebeu que seria necessário deixar o prédio da Ribeira para se
instalar em local mais adequado, que oferecesse mais conforto para os usuários
e mais funcionalidade para as atividades da Instituição. Era preciso estar mais
próxima das residências das famílias que levavam suas filhas para o
estabelecimento, exceção para as alunas do internato, vindas de outras cidades
de várias regiões do Brasil. E as enchentes da Ribeira comprometiam o acesso.
Em março de 1952, houve a transferência para o
novo endereço, no florescente bairro do Tirol, na avenida Hermes da Fonseca. O
terreno recebido pela doação do Estado era planície de restinga, coberta por
vegetação herbácea, uma espécie de gramínea rasteira. Pouquíssimas árvores,
isoladas, perdidas na vastidão da área. Noilde Ramalho, sempre sensível às
coisas da natureza, apreciadora da beleza que o mundo vegetal oferece, tratou
logo de arborizar o local, mesmo antes da construção do novo prédio iniciar.
Foram plantadas inúmeras árvores que, atualmente, conferem à área uma beleza
ímpar.
Atualmente, é um conjunto agradável e ameno, onde
se vê a integração harmônica entre a natureza e as edificações. Circundante,
encontram-se as dunas com sua vegetação característica da Mata Atlântica, sítio
ecológico onde riquíssimas flora e fauna são preservadas.
O primeiro projeto arquitetônico do novo prédio a
ser construído foi de autoria do engenheiro Otávio Tavares. Entretanto, coube
ao engenheiro Hélio Lopes de Oliveira a elaboração definitiva do projeto, bem
como o acompanhamento da construção.
Com a criação da Escola Doméstica de Natal, o Rio
Grande do Norte se orgulha de ser protagonista e pioneiro na emancipação da
mulher na sociedade. A Escola continua seu pioneirismo, pois atualizou-se,
equiparou-se ao ensino da modernidade, mas se manteve na tradição de valorizar
aspectos especiais à condição feminina.
Com as transformações exigidas pela evolução
social e a complexa sociedade do século XX, a Escola inovou oferecendo um
ensino que desenvolve habilidades e competências, conhecimentos
contextualizados e sua aplicabilidade na solução de situações-problema da vida
diária no círculo social e no mercado de trabalho, fundamentada na formação
crítico-reflexiva.
A Escola acrescentou à sua estrutura curricular
disciplinas teórico-práticas diferenciadas através do núcleo de Economia
Doméstica: Etiqueta Social e Profissional, Técnicas Culinárias, Organização do
Lar, Casa de Prática e Puericultura. Todas elas com o objetivo de preparar a
aluna para atuação em sua vida familiar, social e no mercado de trabalho.